A depressão pós-parto é uma doença que acomete mulheres após o parto. Essa condição é definida como uma profunda tristeza que pode trazer consequências tanto para mãe como o bebê, pois há comprometimento do vínculo entre eles, que pode inclusive não ocorrer.
Apesar de não haver uma causa única e padrão para esse transtorno, dentre as principais causas da depressão pós-parto estão a privação de sono, o isolamento, alimentação inadequada, falta de apoio do parceiro e da família, ou a existência de um quadro de depressão anterior à gravidez.
Quais são as complicações da depressão pós-parto?
A mulher que está em depressão pós-parto, normalmente, amamenta pouco e não cumpre o calendário vacinal dos bebês. As crianças, por sua vez, têm maior risco de apresentar baixo peso e transtornos psicomotores, além de outros problemas de saúde.
Os custos emocionais ligados à depressão pós-parto fazem com que a mãe interaja menos com a criança. Da mesma forma, sintomas como irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, diminuição da energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade e sentimentos de incapacidade de lidar com situações novas são emocionalmente potencializadas.
Se não for tratada corretamente e de forma imediata, a depressão pós-parto pode interferir negativamente o vínculo entre mãe-filho e causar problemas familiares, muitos deles irreversíveis. Filhos de mães com depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter problemas de comportamento, como dificuldades para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os atrasos no desenvolvimento da linguagem são mais comuns também.
A depressão pós-parto, se não tratada adequadamente, pode durar meses e até tornar-se em um distúrbio depressivo crônico. Mesmo quando tratada, depressão pós-parto aumenta o risco de futuros episódios depressivos, o que demanda um acompanhamento periódico da saúde mental da pessoa.
É importante atentar que, em casos mais graves, a depressão pós-parto pode levar ao suicídio.
Quais os sintomas da Depressão Pós-parto?
A depressão pós-parto pode passar despercebida ou ser menosprezada, o que é um grande risco.
Alguns sintomas que sugerem um quadro depressivo e devem ser valorizados:
Falta de interesse por atividades diárias que anteriormente eram prazerosas.
Perda ou ganho de peso rápido;
Insônia ou excesso de sono
Cansaço extremo;
Ansiedade e excesso de preocupação;
sentimento de menos valia.
Sentimento de culpa;
Tristeza profunda;
Dificuldade para se concentrar e tomar decisões;
Vontade de prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si própria.
O que causa depressão pós-parto?
A depressão pós-parto pode ter causas relacionadas a fatores físicos, hormonais, emocionais, estilo de vida ou estar ligado transtornos psiquiátricos prévios.
Outras causas são:
Depressão e ansiedade já diagnosticadas ou subestimadas;
Falta de apoio da família ou do parceiro;
Vício em drogas e álcool;
Isolamento;
Privação de sono.
Como funciona o tratamento?
Para diferenciar um simples período de tristeza de uma depressão pós-parto, é de fundamental importância buscar orientação médica. Geralmente, para se chegar a um diagnóstico correto, o paciente deve apresentar parte dos sintomas citados acima. O médico ainda poderá solicitar exames adicionais, como de sangue, para descartar a possibilidade de outras doenças.
Confirmada a depressão, é o momento de partir para o tratamento. Existem diversas alternativas que devem ser escolhidas conforme a gravidade e o perfil da mulher. Para saber qual delas melhor se encaixa em cada caso, é importante conversar com o especialista.
Conheça os principais tratamentos para a depressão pós-parto e entenda como funciona cada um deles.
1. Medicamentos
Normalmente, são prescritos antidepressivos para reequilibrar as alterações químicas e hormonais no cérebro. Porém, eles só devem ser administrados com orientação e acompanhamento médico, já que nem todos os casos necessitam do uso de medicamentos.
2. Psicoterapia
Nesse caso, um psicólogo, psiquiatra ou psicoterapeuta ajudam a reorganizar os pensamentos e mudar a forma como a paciente encara a nova fase de vida. O profissional pode auxiliar a modificar a maneira como a mulher se sente e pensa, orientando na resolução dos problemas e definindo novas metas com o intuito motivacional.
3. Terapia Hormonal
Diante das alterações hormonais — causa de diversas mudanças físicas e emocionais — a reposição hormonal pode ser uma alternativa para ajudar a aliviar os sintomas da depressão. Mas, assim como os demais tratamentos, deve ser discutida e orientada por um médico.
4. Hipnoterapia
A hipnoterapia é um tratamento rápido e eficaz não só no pós-parto, mas também nos demais tipos de depressão. Durante as sessões, o hipnoterapeuta orientará o paciente a realizar uma ressignificação de pensamentos.
Nesse momento, a atenção da paciente estará mais focada e ela se concentrará na busca da superação.
5. Mudanças nos hábitos
É importante que, aliado a outro tratamento, o paciente estabeleça mudanças na rotina afim de contribuir para a recuperação. Por exemplo, você sabia que alguns alimentos, além de saudáveis, ajudam a combater a depressão? A orientação é consumir cereais, frutas, verduras, peixes, sementes de linhaça e muita água.
6. Apoio de amigos e familiares
O apoio afetivo e emocional das pessoas que cercam o paciente também ajuda no sucesso do tratamento. Por mais difícil que possa parecer, é necessário permitir que as pessoas se aproximem para que possam ajudar.